- Michael Saylor reforça limite fixo de 21 milhões de Bitcoins
- Comunidade resiste a qualquer mudança no código do Bitcoin
- Escassez fortalece narrativa do Bitcoin como ouro digital
O mercado de criptomoedas voltou a discutir sua principal característica, a escassez absoluta do Bitcoin. Michael Saylor, cofundador da Strategy (antiga MicroStrategy), reforçou o ponto que sustenta a narrativa de valor da moeda digital, jamais existirão mais de 21 milhões de unidades.
Esse lembrete, aparentemente simples, carrega enorme peso para investidores. Até agora, 19.908.015 Bitcoins já foram minerados, restando pouco mais de um milhão em circulação futura. A cada quatro anos, o processo de mineração passa por uma redução nas recompensas, o chamado halving, o que diminui ainda mais o ritmo da emissão.
O limite imutável do Bitcoin
Satoshi Nakamoto, criador do protocolo, definiu o teto como parte do código-fonte. Diferente do dólar ou do euro, nenhum banco central pode imprimir novos Bitcoins. Esse desenho buscou imitar a escassez do ouro, mas em formato digital, criando um ativo resistente à inflação.
O historiador Pete Rizzo lembrou que o último Bitcoin só deve ser minerado em 2104, um marco distante, mas que já influencia a percepção atual de valor. Essa expectativa gera pressão de oferta e fortalece a ideia do Bitcoin como reserva de valor em um cenário de moedas fiduciárias cada vez mais expandidas.
Embora alguns pioneiros, como Hal Finney, tenham levantado hipóteses sobre alterar esse limite, a resistência da comunidade sempre foi intensa. As guerras de blocos em 2017 provaram isso, já que até uma mudança aparentemente pequena dividiu o ecossistema, resultando na criação do Bitcoin Cash.
Risco de alterar a regra sagrada
Especialistas destacam que qualquer tentativa de mudar o teto de 21 milhões desencadearia caos no mercado. A confiança entraria em colapso, investidores fugiriam e um hard fork seria inevitável.
Mesmo que gigantes como BlackRock ou a própria Strategy defendessem a modificação, a comunidade global de desenvolvedores, mineradores e usuários dificilmente aceitaria abrir mão da escassez que garante valor ao ativo. A história já mostrou que forks não superam a rede original.
Para Andreas Antonopoulos, educador e entusiasta do setor, o limite não é apenas um detalhe técnico, mas a essência cultural do Bitcoin. Em suas palavras, “não se trata apenas de moeda, mas de assumir o controle do destino financeiro”.
Em meio a esse debate, o recado de Saylor ecoa forte, quem acredita no futuro do Bitcoin deve entender que a escassez não é negociável. É essa rigidez que sustenta sua posição como ouro digital e diferencia o ativo das moedas estatais que se desvalorizam com o tempo.