Em uma iniciativa pioneira, o Ministério da Educação da Argentina, em colaboração com a ETH Kipu Foundation, anunciou a inclusão da tecnologia Ethereum e blockchain no currículo do ensino médio em Buenos Aires. Essa medida busca capacitar os alunos com conhecimentos de ponta sobre criptomoedas e descentralização, colocando a Argentina na vanguarda da educação tecnológica global.
O projeto, revelado recentemente, faz parte de uma estratégia mais ampla para incorporar as novas tecnologias ao sistema educacional argentino. A ETH Kipu Foundation, uma organização dedicada à educação sobre Ethereum na América Latina, desempenhou um papel crucial na elaboração deste currículo. As escolas de ensino médio em Buenos Aires agora oferecerão, além das disciplinas tradicionais, cursos sobre tecnologia blockchain, com um foco especial na plataforma Ethereum.
O primeiro curso está previsto para começar em 27 de agosto, marcando o início de uma nova era na educação tecnológica da Argentina. Além das aulas teóricas, os alunos terão a oportunidade de participar de estágios práticos em empresas que utilizam blockchain, o que permitirá a aplicação direta do conhecimento adquirido em sala de aula.
Uma das principais inovações deste programa é o curso online de Solidity, uma linguagem de programação de alto nível usada para desenvolver contratos inteligentes no blockchain Ethereum. A ETH Kipu Foundation pretende treinar 500 alunos com mais de 18 anos para que possam criar aplicativos descentralizados (DApps), preparando-os para as demandas do mercado de trabalho em tecnologia. Além disso, 30 instrutores serão capacitados para ministrar esses cursos, garantindo que a iniciativa tenha um impacto duradouro e abrangente.
Solidity, desenvolvida em 2014, é fundamental para a construção de DApps não apenas no Ethereum, mas também em outras redes populares como a BNB Smart Chain e Avalanche. Paula Doy, cofundadora da ETH Kipu, destacou que essa integração nas escolas de ensino médio não apenas educa os alunos sobre novas tecnologias, mas também lhes fornece as ferramentas necessárias para “moldar o futuro”. Segundo Doy, essa iniciativa abrirá novas oportunidades de carreira para os jovens, posicionando a Argentina como líder no movimento global de blockchain.
Ethereum e a adoção das criptomoedas na Argentina
O avanço na educação sobre criptomoedas em Buenos Aires está alinhado com a crescente adoção de ativos digitais na Argentina. Com uma inflação anual de 276%, o país tem se destacado no hemisfério ocidental pela rápida migração de seus cidadãos para criptomoedas como forma de proteger seu poder de compra. Estima-se que cerca de 2,5 milhões de argentinos, de um total de 130 milhões de visitantes globais, tenham acessado as maiores exchanges de criptomoedas do mundo, sendo a Argentina o principal mercado para a Binance, com 6,9% do total de visitas.
Essa adoção em massa de criptomoedas reflete a busca dos argentinos por estabilidade financeira em meio à volatilidade econômica. A inclusão de Ethereum no currículo escolar de Buenos Aires surge, portanto, como uma resposta às demandas de um mercado em transformação, preparando as futuras gerações para um mundo cada vez mais digital e descentralizado.