God morgen, mine brødre. Antes de tudo deem uma olhada nessa notícia maravilhosa.
No versículo de ontem: 2ª parte de “Libertaria in Cyberspace”.
No de hoje: 3ª e última parte…
A questão-chave é que os sistemas distribuídos não têm nexos que possam ser eliminados. Nem o Usenet nem o FidoNet pode ser desabilitado por um único governo, como eles estão em todo o mundo. Desligá-los significaria proibir a comunicação de computador a computador. E apesar da conversa de “portas armadilhas” mandatórias em sistemas de criptografia, a criptografia é fundamentalmente fácil de fazer e difícil de detectar. (Para quem duvida, deixe-me descrever um sistema simples que eu publiquei para o sci.crypt vários anos atrás. Uma fita de áudio digital comum [DAT, na sigla em inglês] transporta mais de um gigabyte de dados. Isso significa que o bit menos significativo [LSB, na sigla em inglês] de um gravador de áudio DAT carrega cerca de 8 megabytes de dados! Então Alice é parada pela Polícia de Dados. Eles perguntam se ela está carregando dados ilegais. Ela sorri inocentemente e diz “Não. Eu sei que você vai me revistar”. Eles encontram seu Sony DATman e perguntam sobre sua coleção de fitas e gravações ao vivo. Alice está carregando 80 MB de dados – cerca de 3 dias inteiros de feeds Usenet! – em cada fita. Os dados estão armazenados nos LSB’s, completamente indistinguíveis do ruído do microfone e da quantização…a menos que você saiba a chave. Métodos similares permitem que os dados sejam empacotados indetectavelmente em LSB’s das imagens PICT e GIF que agora inundam a Net, em amostras de sons [sampled sounds], e até mesmo em mensagens como esta..o “espaço em branco” na margem direita desta mensagem carrega uma mensagem oculta legível apenas para alguns Extropianos escolhidos.)
Já descrevi o uso de religiões e jogos RPG como uma espécie de cobertura legal para o desenvolvimento e implantação dessas técnicas. Se uma igreja decide oferecer “confessionários digitais” para seus membros distantes, com que argumento o governo dos EUA justificará insistir no não uso de criptografia? (Devo observar que psiquiatras e profissionais similares têm uma responsabilidade com seus clientes e com suas agências de licenciamento para garantir a privacidade dos registros dos pacientes. Amigos meus estão usando criptografia para proteger os registros dos pacientes. Esse é apenas um pequeno exemplo de como a criptografia está sendo tecida no tecido de nossa sociedade eletrônica. Há muitos outros exemplos.)
Em discussões futuras, espero que possamos descobrir algumas dessas muitas abordagens para implantar esses métodos. Passei vários anos pensando sobre isso, mas certamente perdi algumas boas ideias. O “Jogo da Cripto Anarquia” que está sendo planejado é uma tentativa de fazer alguns dos melhores hackers da Bay Area¹ pensarem nessas questões e em novos problemas. Vários já se ofereceram para ajudar ainda mais.
Alguns comentaram que essa lista não é um lugar apropriado para discutir essas ideias. Eu acho que é. Não estamos discutindo nada que seja realmente ilegal, mesmo sob os amplos poderes da RICO (Lei de combate às atividades ligadas ao crime organizado, na sigla em inglês, usada para ir atrás de “conspirações” de traficantes de pornografia e tráfico de armas, entre outros). O que estamos discutindo são implicações de longo alcance dessas ideias.
Em conclusão, será mais fácil formar certos tipos de sociedades libertárias no ciberespaço do que no mundo real de nações e locais físicos. O mundo eletrônico não é de forma alguma completo, pois ainda viveremos muito de nossas vidas no mundo físico. Mas a atividade econômica está aumentando acentuadamente no domínio da Internet e essas ideias de “Cripto Anarquia” irão corroer ainda mais o poder dos estados físicos de taxar e coagir os residentes.
Tim May
¹ The Bay Area: Área da Baía de São Francisco na Califórnia.
Terminamos aqui a tradução da obra “Libertaria in Cyberspace”, de Timothy C. May, publicada em 1992. Espero que tenham gostado. Amanhã começamos o Capítulo 9. Grande abraço, Deus os abençoe!