E aí meus amigos, boa tarde!

Terminamos a obra “Libertaria in Cyberspace” no versículo anterior. No de hoje começaremos a tradução da obra “Digital Cash & Privacy” de satoshi nakamoto Hal Finney, publicada em 1993. Dividirei em 2 versículos.
Dinheiro Digital & Privacidade
Hal Finney
19 de agosto, 1993
Eu concordo com o Anonymous¹ que existem problemas com o uso real de dinheiro digital no curto prazo. Mas isso depende até certo ponto de qual problema você está tentando resolver.
Uma preocupação que tenho é que a mudança para pagamentos eletrônicos irá diminuir a privacidade pessoal ao facilitar o registro e gravação de transações. Dossiês poderiam ser construídos para rastrear os padrões de gasto de cada um de nós.
Agora, quando peço algo pelo telefone ou eletronicamente usando meu cartão Visa, um registro é mantido de exatamente quanto gastei e onde gastei. Com o passar do tempo, mais transações poderão ser feitas dessa maneira, e o resultado disso pode ser uma grande perda de privacidade.
Pagar em dinheiro ainda é possível pelo correio, mas é inseguro e inconveniente. Acredito que a conveniência dos cartões de débito e crédito irá superar as preocupações de privacidade da maioria das pessoas e que nos encontraremos em uma situação em que existem grandes volumes de informações sobre a vida privada das pessoas.
Este é um lugar onde eu poderia ver o dinheiro digital desempenhando um papel. Imagine um sistema semelhante ao Visa no qual não sou anônimo para o banco. Nesse modelo, imagine que o banco esteja me concedendo crédito similar ao cartão de crédito. Mas em vez de me dar apenas um número de conta que eu leio pelo telefone ou envio em uma mensagem de email, me dá o direito de solicitar dinheiro digital sob demanda.
Eu mantenho algum dinheiro digital e gasto para transações como descrevi em postagens anteriores [do autor]. Quando tenho pouco, mando um email para o banco e recebo mais dcash (abreviação de dinheiro digital). Todo mês eu mando um cheque para o banco para cobrir minha conta assim como faço com meus cartões de crédito. Minhas relações com o banco são bastante semelhantes às minha relações atuais com as empresas de cartão de crédito: retiradas frequentes e um único pagamento em cada mês por cheque.
Isto tem várias vantagens sobre o sistema para o qual estamos caminhando. Não são mantidos registros de onde eu gasto meu dinheiro. Tudo que o banco sabe é quanto eu retiro em cada mês; Eu posso ou não ter gasto naquele momento. Para algumas transações (por exemplo, software) eu poderia ser anônimo para o vendedor; para outras, o vendedor pode saber meu endereço real, mas ainda assim nenhum local central é capaz de rastrear tudo que compro.
(Há também uma vantagem de segurança sobre o sistema ridículo atual em que conhecer um número de 16 dígitos e uma data de expiração permite que alguém peça qualquer coisa em meu nome!).
¹‘Anonymous’ deve ser o codinome de um dos participantes da lista de email dos cypherpunks.
É isso amigo, continuamos a tradução da obra no próximo versículo. Fiquem com Deus e até amanhã!
