- PF mira esquema de pirâmide com criptomoedas no Brasil
- Justiça bloqueia bilhões ligados a fraudes com Bitcoin
- Investigado operava golpe internacional com promessas falsas de lucro
A Polícia Federal agiu nesta quarta-feira, 30 de abril, para desarticular um complexo esquema internacional de pirâmide financeira.
A operação “Fantasos” atingiu diretamente o Trade Coin Club, responsável por movimentar milhões com promessas falsas de lucro em Bitcoin.
As equipes da PF cumpriram 11 mandados de busca e apreensão em Petrópolis e Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro. Porém, os agentes agiram com base em uma investigação que começou em 2022, após alertas sobre movimentações suspeitas com criptomoedas. O principal investigado, Douver Torres Braga, de 48 anos, já foi preso neste ano pelas autoridades dos Estados Unidos.
Golpe com Bitcoin usava robô para enganar investidores
Braga liderava o Trade Coin Club, uma suposta plataforma de investimentos que prometia altos rendimentos com um robô que realizava micro transações no mercado de Bitcoin. O negócio operou entre 2016 e 2018, atraindo milhares de investidores, inclusive fora do Brasil.
Na prática, o grupo utilizava o esquema Ponzi, onde os rendimentos pagos vinham do dinheiro de novos investidores, e não de lucros reais. As autoridades brasileiras e americanas descobriram que Braga movimentou cerca de R$ 1,6 bilhão, valor bloqueado pela Justiça Federal nesta operação.
FBI, Receita e HSI também investigam
Além da Polícia Federal, o FBI, a HSI e o IRS-CI investigam Braga nos Estados Unidos. Além disso, as autoridades brasileiras trabalham em cooperação com as agências norte-americanas para identificar outros membros do esquema e rastrear mais ativos desviados.
O Trade Coin Club operava com forte apelo nas redes sociais e atraía vítimas com promessas de liberdade financeira por meio de investimentos em Bitcoin. A PF informou que outras três pessoas também são investigadas por participar do grupo criminoso.
Ainda mais, a investigação ainda está em andamento, e a PF promete novas diligências para ampliar o cerco contra fraudes com criptomoedas no Brasil e no exterior. A Justiça já determinou o bloqueio de bens e valores registrados em nome de Braga e dos outros envolvidos.