- PF desmonta quadrilha que movimentou R$ 1 bilhão em cripto
- Operação apreende armas, carros de luxo e eletrônicos importados
- Justiça bloqueia contas e investigações sobre lavagem seguem ativas
A Polícia Federal realizou a Operação Hawala, que desmantelou uma quadrilha acusada de movimentar recursos ilícitos com uso de criptomoedas. A investigação aponta um esquema de descaminho, evasão de divisas, fraude fiscal e lavagem de dinheiro em larga escala.
Segundo a PF, os criminosos utilizavam empresas de fachada e sócios laranjas para introduzir mercadorias de forma irregular no país. A partir daí, faziam a revenda em grandes plataformas de comércio eletrônico, usando criptomoedas para disfarçar a origem dos valores.
Operação apreende armas, carros e eletrônicos de luxo
No cumprimento das diligências, a PF cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em São Paulo e em Araçatuba, no interior do estado. Além disso, houve a prisão em flagrante de um dos suspeitos, cujo nome não foi revelado.
Durante as ações, a PF confiscou seis celulares, dois carros de luxo, uma pistola, uma espingarda, munições, pen drives, HDs, drones e mercadorias importadas como smartphones, relógios e perfumes. A Justiça Federal autorizou ainda o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens ligados ao esquema.
As investigações, que já duravam cerca de dois anos, revelaram que uma das empresas controladas pela quadrilha movimentou mais de R$ 1 bilhão (US$ 200 milhões) em pouco mais de doze meses. Além disso, os criminosos distribuíam os valores entre diferentes corretoras de criptomoedas, dificultando o rastreamento do dinheiro.
Investigação confirma esquema bilionário com criptomoedas
De acordo com a PF, o grupo adotava o modelo de “hawala“, um sistema informal de transferência de recursos muito usado para ocultar operações financeiras. Porém, a estratégia combinava importações ilegais de eletrônicos e o uso de moedas digitais para lavar dinheiro e evitar impostos.
Especialistas apontam que esse tipo de esquema reforça a necessidade de maior regulação sobre o uso de criptomoedas, especialmente em operações de comércio internacional. A PF destacou que as investigações prosseguem e não descarta novas prisões.
O suspeito detido foi encaminhado à Delegacia da Polícia Federal de Araçatuba. Ele deverá responder por lavagem de dinheiro, fraude fiscal e descaminho, crimes que, juntos, podem resultar em penas superiores a 20 anos de prisão.
Ainda mais, com a operação, a Polícia Federal pretende reforçar o combate às organizações criminosas que usam criptomoedas para movimentar somas bilionárias de forma irregular.