O Bitcoin, assim como diversas outras criptomoedas, foi desenvolvido para possuir um número finito de moedas. Assim, isso significa que há um limite máximo de quantos Bitcoin poderão existir. Neste caso, são exatamente 21 milhões de BTC no total.
De fato, não há registros dos motivos que levaram seu criador, Satoshi Nakamoto, a escolher exatamente esse número máximo de Bitcoin. Contudo, existem diversas teorias que sugerem como Nakamoto teria determinado a oferta máxima da principal criptomoeda do mundo.
Teoria da substituição da oferta monetária
Uma coisa é certa, ao limitar a oferta máxima de Bitcoin e ao diminuir a taxa em que novos Bitcoins são cunhados ao longo do tempo, Satoshi pretendia que cada fração do ativo valorizasse com o passar do tempo.
No entanto, um antigo e-mail trocado entre o criador do Bitcoin e Mike Hearn, uma dos desenvolvedores do Bitcoin Core, dá indícios dos planos de Satoshi. No e-mail, Nakamoto argumenta que o Bitcoin fosse adotado por uma fração da economia mundial, 0,001 BTC (1 mBTC) poderia valer cerca de € 1. De fato, a previsão do criador se tornou realidade muito cedo quando em 2013, o valor do Bitcoin ultrapassou € 1.000.
Contudo, cálculos simples indicam que no momento da criação do Bitcoin, o suprimento total de dinheiro fiduciário do mundo era de aproximadamente US$ 21 milhões. O número total de moedas fiduciárias no mundo é conhecido como M1. Desta forma, Satoshi teria a pretensão de que todo o dinheiro do mundo fosse substituído pelo Bitcoin, sua criação.
Se o Bitcoin crescesse para se tornar a moeda mundial única – substituindo todas as que o M1 é composto -, cada BTC valeria US $ 1 milhão. Como existem 100 milhões de satoshi em cada Bitcoin, isso colocaria o valor de cada satoshi em US $ 0,01.
Teoria da lógica matemática
Outra teoria bastante contundente, é de que o número máximo de suprimento do Bitcoin é produto de uma elaborada lógica matemática. Ao observar os parâmetros usados para controlar o suprimento do ativo, fica claro o motivo do número máximo ser 21 milhões.
O código do Bitcoin, atualmente, ajusta a dificuldade de mineração para garantir que um novo bloco seja extraído a cada 10 minutos em média. Assim, independente da quantidade de hash empregada a rede, um novo bloco será minerado a cada 10 minutos.
Desta forma, a aproximadamente cada quatro anos serão extraídos um total de 210.000 blocos, iniciando assim um novo ciclo. Cada ciclo é marcado pela redução pela metade da recompensa por bloco extraído, o famoso halving. De fato, durante o primeiro ciclo a recompensa era 50 BTC, já em 2012, durante o segundo ciclo a recompensa foi reduzida para 25 BTC. Posteriormente, a recompensa passou para 12,5 BTC em 2016, e recentemente passou para 6,25 BTC.
Extrapolando esses valores, a soma das recompensas por bloco para cada bloco será igual a 100 (50 + 25 +12,5 + 6,25 + 3,125, e assim por diante). Ao multiplicar o produto da desta soma pelos 210.000 blocos por ciclo, chega-se ao suprimento máximo de 21 milhões.
Apenas um acaso, um produto da lógica matemática ou uma pretensão de substituição monetária global? Não se sabe ao certo, apenas Satoshi Nakamoto possui essa e outras respostas, no entanto, ele ainda não as revelou.