O Ministério do Interior do Quênia anunciou a suspensão das operações da Worldcoin, uma criptomoeda que visa criar um mecanismo global de identificação baseado em varreduras da íris. A decisão foi tomada como medida preventiva para garantir a segurança pública, enquanto as agências relevantes avaliam e certificam o projeto como livre de riscos.
A Worldcoin tem enfrentado forte escrutínio de órgãos de vigilância de privacidade. Reguladores europeus intensificaram seu exame da Worldcoin, com França, Alemanha e Reino Unido iniciando investigações. A preocupação principal gira em torno das condições de armazenamento de dados biométricos sensíveis.
Apesar desses obstáculos, os dispositivos de varredura da íris da Worldcoin, conhecidos como orbs, ainda estão em operação em vários países. A Worldcoin afirma estar em conformidade com todas as leis e regulamentos que regem a coleta e transferência de dados biométricos.
Preocupações com a privacidade e segurança
O projeto Worldcoin, co-fundado pelo CEO da OpenAI, Sam Altman, envolve a varredura das íris humanas e o fornecimento de um passaporte digital. A legalidade dessa coleta de dados, iniciada há apenas nove dias, levantou questionamentos, especialmente em relação ao armazenamento de dados biométricos sensíveis.
Em resposta às preocupações, a Worldcoin escreveu em seu site que o projeto está ‘totalmente em conformidade com todas as leis e regulamentos que regem a coleta e transferência de dados biométricos, incluindo o Regulamento Geral de Proteção de Dados da Europa (GDPR).’ A empresa anunciou planos de aumentar o número de orbs nas principais cidades nos próximos meses.
O alto número de inscrições é em grande parte devido ao incentivo oferecido pelo projeto. Os voluntários recebem 25 tokens WLD em troca de uma foto de suas íris. Mais de 2.164.000 pessoas de 120 nacionalidades diferentes em 34 países já se inscreveram.
- Leia também: desCentralizado: 48% de todos os nós da rede Bitcoin Lightning são executados na Amazon e no Google Cloud
Implicações e futuro do projeto
O Quênia é o primeiro país a suspender completamente as operações da Worldcoin. Os escritórios de proteção de dados na Europa iniciaram investigações, mas o Quênia foi além e suspendeu as operações da empresa completamente enquanto as agências locais investigam.
A Worldcoin está tentando criar um mecanismo de identificação global baseado em varreduras da íris, que pode ser usado para provar que um agente é humano e único. No entanto, a coleta de dados biométricos e o processo de inscrição em países em desenvolvimento geraram críticas, incluindo acusações de exploração.
A suspensão das operações da Worldcoin no Quênia destaca as complexas questões de privacidade e segurança associadas à coleta de dados biométricos.
Enquanto a Worldcoin vê seu projeto como crucial na era da inteligência artificial, as preocupações com a privacidade e a legalidade da coleta de dados podem representar desafios significativos para a empresa. A resposta do Quênia e a crescente investigação internacional ilustram a necessidade de um exame cuidadoso e regulamentação clara em torno de tais iniciativas tecnológicas.