- Senado dos EUA propõe taxar cripto e IA poluentes
- Projeto quer reduzir emissões de data centers intensivos
- Lei pressiona mineradores e serviços de inteligência artificial
O Senado dos Estados Unidos colocou criptomoedas e inteligência artificial na mira de um novo projeto de lei ambiental. A proposta tenta conter o avanço descontrolado do consumo de energia por grandes estruturas de processamento de dados.
A iniciativa surge em um momento delicado, marcado pela convergência entre mineração de Bitcoin e serviços prestados a modelos de IA. A tendência preocupa legisladores e pressiona o setor de tecnologia.
Senado propõe cobrança por excesso de emissões
O projeto, chamado Lei da Nuvem Limpa, prevê que data centers e mineradoras de criptomoedas com mais de 100 kW de potência instalada fiquem sujeitos a metas federais de emissões. Porém, caso excedam os limites, deverão pagar taxas proporcionais, começando por US$ 20 por tonelada de CO2e, com aumento anual atrelado à inflação e acréscimo fixo de US$ 10 por tonelada.
Os senadores democratas Sheldon Whitehouse e John Fetterman lideram a proposta. Segundo eles, a medida protege o meio ambiente e evita que famílias paguem mais caro pela energia elétrica devido ao crescimento acelerado do setor.
Porém, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) ficará responsável por definir os padrões regionais de desempenho de emissões e aplicar uma meta de redução anual de 11%.
Cripto e IA sob fogo cruzado
A proposta desafia os planos do presidente Donald Trump, que revogou normas ambientais anteriores e defende tornar os Estados Unidos a “capital mundial da IA e das criptomoedas”. Para ele, barreiras regulatórias atrapalham o avanço tecnológico e a competitividade global.
Ainda mais, uma pesquisa do Morgan Stanley reforça as preocupações ambientais, estima-se que data centers emitirão 2,5 bilhões de toneladas métricas de CO2 até 2030.
Já o Comitê de Meio Ambiente do Senado alertou que esses centros podem consumir até 12% da eletricidade total dos EUA em apenas três anos.
Com o crescimento da IA e do uso de blockchain, o embate entre sustentabilidade e inovação tecnológica se intensifica. O Senado ainda não votou o projeto, mas o debate promete esquentar nas próximas semanas.