- dEURO promete 10% ao ano com garantias em cripto
- Cake Wallet amplia opções com stablecoin atrelada ao euro
- Sistema evita desvinculação com liquidações automáticas e sobrecolateralização
A Cake Wallet oficializou, nesta quarta feira (2), a integração da stablecoin descentralizada dEURO, ampliando seu portfólio de ativos digitais atrelados ao euro. A iniciativa coloca a carteira na vanguarda da adoção de moedas estáveis não custodiadas, oferecendo uma proposta ousada, rendimento de até 10% ao ano com garantias em criptomoedas.
A oferta não exige que o usuário abra mão da custódia dos fundos. Em vez disso, o rendimento surge das taxas de estabilidade pagas por quem cunha dEURO, alimentando um pool de recompensas que retorna para quem fornece colateral.
Garantia acima do valor e liquidez mantida
Para cunhar dEURO, o usuário precisa depositar criptomoedas como Bitcoin, Ethereum ou Monero. O modelo exige sobre colateralização ou seja, o valor da garantia precisa ser maior que o valor emitido em dEURO. Esse mecanismo cria um colchão contra eventuais desvinculações da paridade com o euro, algo que já causou colapsos em projetos passados.
A equipe da Stablecin dEURO afirma que o sistema liquida automaticamente as posições quando a relação entre garantia e valor emprestado ultrapassa o limite de risco. Assim, evita-se a deterioração do lastro e reforça-se a estabilidade do ativo.
Além disso, a emissão da Stablecoin dEURO não obriga o usuário a vender seus criptoativos, o que oferece uma vantagem estratégica: ele gera um token estável, indexado ao euro, enquanto mantém exposição às moedas digitais depositadas.
Histórico de stablecoins alimenta debate sobre riscos
A chegada da dEURO reacende discussões sobre o futuro das stablecoins algorítmicas e descentralizadas, que ocupam uma zona cinzenta entre inovação e risco. O caso mais emblemático de falha nesse segmento foi o colapso do USTC, do ecossistema Terra-LUNA, em 2022. A promessa de 20% de rendimento atraiu capital, mas a falta de colateral real causou uma queda drástica no preço.
Mesmo alternativas com reservas superiores, como o próprio dEURO e o DAI, já enfrentaram desvios de paridade. O DAI, por exemplo, sofreu após o USDC parte da sua reserva perder o peg com o dólar em março de 2023.