- QVAC da Tether promete levar a inteligência artificial diretamente aos usuários, sem depender da nuvem.
- Paolo Ardoino defende que a IA deve ser livre e descentralizada, assim como o Bitcoin.
- O QVAC Genesis I, com 41 bilhões de tokens, é o maior dataset aberto da história da IA.
Durante a PlanB Conference, em Lugano, na Suíça, que contou com apoio da SmartPay, a Tether surpreendeu o mercado. Assim, a empresa anunciou o lançamento do QVAC, uma plataforma de inteligência artificial gratuita e descentralizada.
O anúncio feito por Paolo Ardoino, CEO da empresa, marcou o início de uma nova fase para o grupo, que passa a atuar além do setor de stablecoins, levando a descentralização para o universo da IA.
A reação foi imediata. Em poucas horas, o tema “QVAC” dominou redes sociais e fóruns de tecnologia, com analistas afirmando que a Tether pode ter dado o primeiro passo para uma revolução digital fora das Big Techs. Ardoino definiu a missão do projeto com uma frase que ecoou entre os participantes: “Não é sua IA, não é sua inteligência.”
O executivo explicou que a filosofia do Bitcoin — baseada em liberdade e autonomia — também deve guiar o desenvolvimento da inteligência artificial. “Se você não controla sua IA, você não controla seu futuro”, declarou.
Tether lança sua inteligência artificial
O QVAC é uma plataforma de código aberto que permite executar e treinar modelos de IA diretamente em qualquer dispositivo, sem precisar da nuvem. O aplicativo, chamado QVAC Workbench, já está disponível para Android, Windows, macOS e Linux, com versão para iOS prevista para os próximos dias.
Com ele, os usuários podem rodar modelos populares como LLaMA, Mistral, Gemma e Whisper de forma totalmente local e privada, mantendo 100% dos dados armazenados no próprio aparelho. Isso significa que nenhuma informação pessoal é enviada para servidores externos, uma ruptura total com o modelo centralizado das Big Techs.
Ardoino defendeu que o avanço da IA precisa ser livre e acessível a todos, não um produto controlado por poucas corporações. “A internet nasceu para ser peer-to-peer. A IA deve seguir o mesmo caminho”, afirmou.
Junto com o Workbench, a Tether lançou o QVAC Genesis I, o maior dataset sintético já criado para treinamento de IA, com 41 bilhões de tokens de texto. A Tether disponibilizou gratuitamente o conjunto na plataforma Hugging Face, permitindo que pesquisadores desenvolvam modelos abertos próprios sem pagar licenças às grandes corporações do setor.
Ardoino explicou que a equipe construiu o Genesis I com base em conteúdos científicos e educacionais, voltados para matemática, biologia, física e medicina.
“Hoje, a maioria das IAs parece inteligente, mas não pensa de verdade. Nós queremos mudar isso”, explicou.
Quebra o monopólio da IA
Além disso, ele destacou que o projeto é o primeiro passo para romper o monopólio da IA corporativa e garantir que o conhecimento digital seja coletivo, auditável e transparente.
Outro diferencial do QVAC é o recurso chamado “Delegated Inference”, que permite conectar um celular e um computador de forma peer-to-peer, combinando o poder de processamento dos dois. Assim, o usuário pode treinar modelos complexos localmente, sem depender de servidores na nuvem.
“O que estamos fazendo é devolver a inteligência às pessoas”, afirmou Ardoino. “Queremos provar que a IA pode viver e aprender dentro do seu próprio dispositivo, com total autonomia e privacidade.”
De acordo com o executivo, o QVAC representa o retorno da inteligência à borda da rede, conceito conhecido como edge computing, que prioriza processamento local e descentralizado. Desse modo, ele afirmou que o projeto tem o mesmo propósito que o Bitcoin e o USDT tiveram para o sistema financeiro: democratizar o acesso e eliminar intermediários.
“A inteligência deve ser livre, acessível e pertencente a todos”, concluiu Ardoino. “Ela não pode ficar presa atrás de firewalls corporativos nem ser vendida como serviço. Se a inteligência não for sua, então não é sua inteligência.”


