- Tom Lee prevê alta de até 10% no S&P 500
- Criptomoedas mostram força e podem liderar recuperação do mercado
- Cortes do Fed e otimismo técnico impulsionam BTC e ETH
O estrategista Tom Lee, chefe de pesquisa da Fundstrat Global Advisors, voltou a expressar otimismo sobre os mercados. Segundo ele, mesmo após a volatilidade da primavera, o S&P 500 pode subir mais 10% até dezembro. Ele lembra que a meta da Fundstrat era de 6.600 pontos, mas o índice já superou as expectativas, operando perto de 6.800.
Em uma entrevista ao programa Closing Bell Overtime da CNBC, Lee afirmou que os cortes de juros do Fed e o ceticismo em declínio entre investidores podem impulsionar as ações americanas e reacender o mercado de criptomoedas até o fim do ano.
“Num ano típico, poderíamos ver mais 4% de avanço, o que colocaria o índice acima de 7.000 pontos — e, dependendo do cenário, até 10% de valorização”, explicou.
Ceticismo e cortes do Fed criam terreno fértil
Para Lee, dois fatores sustentam o otimismo, o início dos cortes de juros pelo Federal Reserve, em setembro, e o baixo entusiasmo dos investidores. Ele destacou que, nas últimas cinco décadas, essa combinação ocorreu apenas em 1998 e 2024, ambos anos de forte recuperação de mercado.
O analista argumentou que o ceticismo generalizado tende a criar espaço para surpresas positivas.
“Quando o investidor duvida, o mercado encontra combustível para subir”, disse.
Ele acrescentou que a liquidez crescente e a melhora nas condições de crédito reforçam o cenário de alta até o final de 2025.
Criptomoedas mostram resiliência e podem liderar retomada
Ao ser questionado sobre o desempenho das criptomoedas, Lee classificou o Bitcoin como uma reserva de valor sólida, destacando o comportamento do ativo após o “maior evento de liquidação em cinco anos”, ocorrido em 10 de outubro. Mesmo com as tensões tarifárias entre EUA e China, o BTC caiu apenas 3% a 4%, o que ele considera um sinal de força.
O estrategista também mencionou que os juros em aberto que medem a quantidade de contratos futuros e opções em circulação estão em mínimos históricos para Bitcoin e Ethereum, o que geralmente antecede períodos de recuperação. Além disso, observou uma “limpeza técnica” no mercado derivativo, que costuma preceder movimentos de alta.
Lee ainda destacou o posicionamento positivo de instituições tradicionais, citando o JPMorgan como exemplo ao demonstrar abertura ao uso de criptomoedas como colateral financeiro. Para ele, esse tipo de reconhecimento institucional “valida o papel dos criptoativos no sistema financeiro moderno”.
Bitcoin e Ethereum como termômetros do mercado
Na avaliação de Lee, as criptomoedas continuam antecipando os movimentos das ações, servindo como um “indicador de liquidez global”. Além disso, ele relacionou o comportamento do Bitcoin ao S&P 500 e disse que o Ethereum tem papel semelhante em relação ao índice Russell 2000, que reúne empresas de menor capitalização.
Ele também observou que a atividade na rede Ethereum está crescendo tanto no nível 1 (principal) quanto no nível 2 (camadas de escalabilidade), impulsionada pelo uso crescente de stablecoins. Contudo, esse avanço técnico leva tempo para se refletir no preço.
“Vejo uma mudança muito grande chegando no final do ano. Tanto o ETH quanto o BTC podem liderar o próximo ciclo de alta”, concluiu Lee.

