- Bitcoin cai mesmo após trégua entre EUA e China
- Fed adiciona incerteza e trava impulso do mercado cripto
- Investidores seguem cautelosos e altcoins recuam com baixa liquidez
A trégua comercial entre Estados Unidos e China, firmada após semanas de tensão, trouxe alívio aos mercados tradicionais, mas não empolgou o Bitcoin. Mesmo diante do acordo, a principal criptomoeda do mundo encerrou a semana passada com queda de 1,72%, sinalizando perda de fôlego no curto prazo.
O Ethereum recuou 4%, enquanto a Solana (SOL) caiu 5%, confirmando que o apetite por risco entre investidores de cripto permanece baixo. Apesar de o acordo eliminar parte das incertezas, a confiança dos traders parece abalada após o colapso de posições alavancadas ocorrido em outubro.
Acordo entre potências e reações nos mercados
Durante a cúpula entre Donald Trump e Xi Jinping, a China aceitou adiar por um ano as restrições à exportação de terras raras e retomar a importação de soja americana. Em troca, os EUA reduziram as tarifas médias de 57% para 47%, sinalizando um movimento de distensão após meses de embates tarifários.
A reação foi imediata nos ativos tradicionais. O ouro, esta em tordo de US$ 4.000. O Nasdaq 100, por sua vez, avançou 2,7% desde a mínima de outubro, impulsionado pelo menor risco geopolítico e por resultados corporativos sólidos.
No entanto, o Bitcoin mostrou fraqueza. A moeda recuou para US$ 108 mil, acumulando perda de 2% desde 10 de outubro. Analistas explicam que a liquidação de US$ 19 bilhões em alavancagem drenou o ímpeto comprador, deixando o mercado mais cauteloso.
Fed adiciona nova incerteza ao cenário
O outro evento crucial foi a reunião do Federal Reserve, que reduziu os juros em 0,25 ponto percentual e anunciou o fim do aperto quantitativo a partir de 1º de dezembro. O corte, em tese positivo para ativos de risco, acabou ofuscado pelas declarações do presidente Jerome Powell, que indicou possível pausa nos cortes em dezembro.
A incerteza fez a probabilidade de um novo corte cair de 91,5% para 55%, provocando queda imediata de 2% no preço do Bitcoin. Desde então, outros dirigentes do Fed reforçaram o tom cauteloso, entre eles Raphael Bostic, do Fed de Atlanta, e Michelle Bowman, vice-presidente do banco central.
Essa postura mais conservadora trouxe temor de que o afrouxamento monetário possa demorar mais do que o esperado, travando o impulso do mercado cripto.
No curto prazo, dados de emprego e inflação dos EUA devem ditar o rumo dos preços. O Altcoin Season Index, que mede o apetite por risco em criptoativos alternativos, caiu para 41 pontos, o menor nível desde agosto, reforçando que os investidores seguem defensivos.
Enquanto o acordo comercial reduz a tensão global, o foco agora migra para o Fed. Se os próximos indicadores mostrarem uma economia ainda aquecida, o Bitcoin pode enfrentar nova correção antes de recuperar o ritmo de alta.

