- Toyota, Yamaha e BYD começaram a aceitar USDT na Bolívia como forma de pagamento.
- Reservas em dólar do país caíram 98%, chegando a US$ 171 milhões em agosto.
- Empresas bolivianas usam stablecoins para importações e comércio internacional.
A Bolívia avança na adoção de criptomoedas. Toyota, Yamaha e BYD começaram a aceitar Tether (USDT) como forma de pagamento, refletindo a escassez de dólares no país.
A medida mostra como empresas e consumidores buscam alternativas estáveis diante da crise cambial.
Crise do dólar acelera uso de stablecoins
As reservas internacionais bolivianas caíram de US$ 12,7 bilhões em julho de 2014 para apenas US$ 171 milhões em agosto de 2025, segundo dados do Trading Economics. Por isso, comerciantes e consumidores recorrem a soluções mais confiáveis, como stablecoins ou dólares.
Paolo Ardoino, CEO da Tether, afirmou:
“Toyota, Yamaha e BYD estão aceitando USDT para pagamentos rápidos, fáceis e seguros”.
A BitGo, empresa de segurança em criptoativos, confirmou a primeira compra de um Toyota em USDT no país.
Além disso, lojas em aeroportos já precificam produtos básicos em USDT. Por isso, empresas importadoras compram stablecoins localmente ou via bancos internacionais e, em seguida, pagam fornecedores no exterior, criando, assim, um ecossistema circulante de criptomoedas.
Impactos e perspectivas para a Bolívia
O governo, por sua vez, liberou bancos para processar transações em Bitcoin e stablecoins em junho de 2024. Dessa forma, instituições financeiras passaram a considerar os criptoativos “uma alternativa viável e confiável” frente à volatilidade da moeda local.
O uso crescente de stablecoins, além disso, pode aumentar a transparência e a eficiência nas transações internacionais. Entretanto, o cenário político também exerce influência: em 19 de outubro haverá segundo turno presidencial entre Rodrigo Paz Pereira e Jorge “Tuto” Quiroga. Enquanto Paz Pereira propõe usar blockchain para combater a corrupção, a posição de Quiroga sobre criptomoedas ainda não é clara.
Portanto, a expansão do uso de Tether e outras stablecoins na Bolívia tende a se consolidar como solução estratégica em um país com reservas em dólar extremamente limitadas, impactando, assim, empresas, consumidores e políticas públicas.