Amigos, boa tarde!
No versículo anterior a 8ª parte da tradução de
“Crypto Anarchy and Virtual Communities”, de Tim May. No de hoje continuamos.
O remailers Cypherpunks atualmente são cerca de 20, com mais sendo adicionado a cada mês. Não há razão para não esperar centenas desses reencaminhadores em poucos anos.
Um “mercado de informação” experimental é o BlackNet, um sistema que apareceu em 1993 e que permite trocas de informações de todos os tipos, totalmente anônimas e bidirecionais. Há relatos de que as autoridades dos EUA investigaram isso por causa de sua presença na redes dos laboratórios de pesquisa do Departamento de Defesa. Não há muito o que eles podem fazer sobre isso, é claro, e mais entidades desse tipo são esperadas.
(As implicações para a espionagem são profundas e quase incontroláveis. Qualquer pessoa com um computador doméstico e acesso à Internet ou à Web, em várias formas, pode usar esses métodos para se comunicar com segurança, anonimamente ou pseudonimamente e com pouco receio de detecção. “Dead drops [um método de espionagem] digitais” podem ser usadas para postar informações obtidas, muito mais seguramente do que as velhas e mortas dead drops físicas…não mais mensagens deixadas em latas de coca-cola nas bases de árvores em estradas remotas.)
O whistleblowing (denúncia) é outro uso crescente de remailers anônimos, com pessoas temendo retaliação usando remailers para postar informações publicamente. (Claro, há uma linha tênue entre denúncia, vingança e espionagem.)
Paraísos de dados, para o armazenamento e comercialização de informações controversas é outra área de crescimento futuro provável. Praticamente qualquer tipo de informação, médica, religiosa, química, etc., é ilegal ou proscrita em um ou mais países; portanto, aqueles que buscam essas informações ilegais recorrem a sistemas anônimos de mensagens para acessar – e talvez comprar, com dinheiro digital anônimo – essa informação. Isso pode incluir bases de dados de crédito, arquivos de locatários, mercados de bancos de órgãos, etc. (são todas as coisas sobre as quais existem restrições nos EUA, por exemplo…não se pode compilar bancos de dados de crédito, ou listas de locatários caloteiros, sem encontrar várias restrições. Uma boa razão para movê-los para o ciberespaço, ou pelo menos para fora dos EUA, e depois vender o acesso através de remailers.)
Combinar compradores e vendedores de órgãos é outro desses mercados. Uma enorme demanda (vida e morte), mas várias leis que controlam rigidamente esses mercados.
Esforços de dinheiro digital. Muito tem sido escrito sobre dinheiro digital. ¹ ² A empresa de David Chaum, DigiCash, possui a tecnologia mais interessante e recentemente iniciou testes de mercado. A Stefan Brands pode, ou não, ter um sistema concorrente que contorna algumas das patentes de Chaum. (A atitude dos cripto anarquistas podem tomar sobre as patentes é outro tópico para discussão. É suficiente dizer que as patentes e outras questões de propriedade intelectual continuam a ter relevância no mundo prático, apesar da erosão pelas tendências tecnológicas.)
Sistemas baseados em cartões de crédito, como o sistema First Virtual, não são exatamente dinheiro digital, no sentido Chaumiano de notas cegas, mas oferecem algumas vantagens que o mercado pode achar útil até que sistemas mais avançados estejam disponíveis.
Espero ver muitos mais desses experimentos nos próximos anos, e alguns deles provavelmente serão sucessos de mercado.
¹ artigo sobre dinheiro digital, The Economist, 26 de Novembro 1994. pp. 21-23.
² artigo sobre dinheiro digital, Steven Levy, Wired. Dezembro 1994.
Foi isso hoje irmãos, volto amanhã com o 10º versículo. Grande abraço, fiquem com Deus!
Não esqueçam que vai rolar live do Binada hoje, daqui a pouquinho, às 17h.