O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos publicou um relatório apontando práticas precárias de segurança cibernética na indústria de finanças descentralizadas (DeFi) como uma ameaça para criptomoedas, consumidores e segurança nacional.
O relatório destaca que a natureza peer-to-peer do DeFi apresenta novos riscos financeiros ilícitos que exigem supervisão legal extra para serem resolvidos.
Deste modo o relatório é mais um documento de um regulador americano atacando o mercado de criptoativos.
Segundo o relatório, cibercriminosos, golpistas e outros atores ilícitos estão abusando do ecossistema DeFi para lavar dinheiro por meio de sistemas que não implementam sanções adequadas e controles antilavagem de dinheiro.
O departamento observou que há vários casos de atores usando serviços DeFi para transferir e lavar rendimentos ilícitos. Diversas técnicas são usadas para conseguir isso, incluindo a troca de fundos em criptos menos rastreáveis, movendo-se entre blockchains e enviando ativos por meio de misturadores de criptomoedas.
EUA x Cripto
O relatório também destaca o ransomware como outro problema de destaque. Como as transações em redes de criptomoedas como o Bitcoin são pseudônimas e irreversíveis, elas são um meio de pagamento ideal por meio do qual os criminosos podem extorquir suas vítimas.
De acordo com um estudo conduzido pela análise de blockchain Elliptic, 13 cepas de ransomware lavaram seu dinheiro por meio de uma única ponte cruzada de mixers e bridges de criptomoedas, totalizando US$ 50 milhões no primeiro semestre de 2022.
Além disso, o Tesouro reconheceu a prevalência de “fraudes e golpes” que assolam a indústria cripto, com pelo menos US$ 1,6 bilhão roubados por meio de golpes relacionados a cripto em 2021, de acordo com o FBI.
O relatório ainda aponta que, ao contrário do nome, grande parte do espaço DeFi está repleto de pontos de falha centralizados, o que representa uma fraqueza para o setor.
“Na prática, muitos serviços DeFi continuam apresentando estruturas de governança e os protocolos DeFi que são gerenciados por organizações autônomas descentralizadas (DAOs) e seus detentores de tokens de governança podem ser centralizados nas mãos dos primeiros investidores da DAO”, afirmou o relatório.
Conforme noticiado pelo Bitnotícias, o Banque de France está solicitando ao MICA europeu que inclua a identificação de usuários via KTC aos mercados de DeFi.