O Fundo Monetário Internacional (FMI) renovou seus apelos para que El Salvador limite suas políticas pró-Bitcoin, adotadas em 2021, e reforce a supervisão regulatória sobre o ativo digital.
A pressão ocorre em meio a preocupações com os riscos associados à ampla adoção da criptomoeda no país, que foi o primeiro no mundo a tornar o Bitcoin moeda legal.
Recomendação de revisão da Lei do Bitcoin
Em uma coletiva de imprensa realizada no dia 3 de outubro, Julie Kozack, diretora do departamento de comunicação do FMI, reiterou que o órgão financeiro recomenda uma ‘redução do escopo da Lei do Bitcoin’, além de fortalecer o quadro regulatório e a supervisão do ecossistema Bitcoin em El Salvador.
‘O que recomendamos é um estreitamento do escopo da lei do bitcoin, fortalecendo a estrutura regulatória e a supervisão do ecossistema do bitcoin e limitando a exposição do setor público ao bitcoin’, disse Kozack.
Embora o FMI não tenha especificado todos os detalhes das mudanças propostas, a instituição deixou claro seu desejo de limitar a exposição do setor público ao Bitcoin.
Desde a adoção do Bitcoin como moeda oficial, o FMI tem expressado preocupações com os potenciais riscos financeiros e econômicos para o país. No entanto, até o momento, muitos dos riscos previstos pela instituição, como instabilidade macroeconômica e impactos negativos na economia, ainda não se materializaram.
Postura do FMI em relação às criptomoedas
Embora o FMI seja contra a adoção generalizada de criptomoedas não controladas pelo Estado, como o Bitcoin, a instituição tem promovido ativamente a adoção de moedas digitais de bancos centrais (CBDCs).
Em setembro de 2024, o FMI divulgou seu framework ‘REDI’, voltado para o desenvolvimento de CBDCs, com o objetivo de ajudar governos a implementarem suas próprias moedas digitais de forma regulamentada.
Enquanto isso, o governo de El Salvador, sob a liderança do presidente Nayib Bukele, continua a apoiar o uso do Bitcoin como parte de uma estratégia maior para atrair investimentos e modernizar a economia do país, apesar das críticas e alertas de instituições financeiras internacionais.