- ANPD suspende pagamentos da Worldcoin por coleta de íris no Brasil.
- Worldcoin pausa operações após veto da ANPD sobre biometria.
- Projeto enfrenta restrições globais por riscos à privacidade
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) determinou nesta terça, 11, que a Worldcoin suspenda imediatamente os pagamentos pela coleta de íris no Brasil.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União, confirmando a negativa ao recurso apresentado pela Tools For Humanity (TFH), empresa responsável pelo projeto World ID.
A TFH havia solicitado um prazo adicional de 45 dias para ajustar seu aplicativo e encerrar a oferta de recompensas financeiras. No entanto, a ANPD negou o pedido, argumentando que a suspensão poderia ocorrer de outras formas, como o adiamento de novos agendamentos.
A diretora Miriam Wimmer, relatora do caso, enfatizou que a compensação financeira pode influenciar indevidamente a decisão dos usuários. Segundo ela, muitas pessoas aceitam a coleta de sua íris por necessidade financeira, sem avaliar os riscos e a real finalidade do processo.
![Worldcoin no Brasil](https://bitnoticias.b-cdn.net/wp-content/uploads/2025/02/Captura-de-tela-2025-02-11-103303.png)
Worldcoin suspensa no Brasil
Diante da decisão, a Worldcoin anunciou a paralisação voluntária das operações no Brasil. Em nota, a empresa informou que precisará de tempo para cumprir a determinação da ANPD. “Estamos voluntariamente e temporariamente pausando o serviço de verificações, mas os espaços físicos da Worldcoin permanecerão abertos para fornecer informações ao público”, declarou a empresa.
A TFH tem 10 dias úteis para apresentar uma declaração oficial assinada por um representante legal, comprovando o fim dos pagamentos. Além disso, as exigências estabelecidas pela Coordenação-Geral de Fiscalização da ANPD continuam válidas.
O projeto Worldcoin, fundado por Sam Altman, CEO da OpenAI, enfrenta restrições em diversos países devido a preocupações com privacidade e proteção de dados biométricos. Espanha, Alemanha e Portugal já determinaram a exclusão de todos os registros de íris coletados pela empresa.
A TFH, emissora da criptomoeda Worldcoin (WLD), realiza o escaneamento da íris ocular dos voluntários para criar uma identidade única e inviolável. Como incentivo, a empresa paga 25 WLD por usuário no registro e, ao longo de um ano, os depósitos acumulam 48,5 WLD.
A Worldcoin retomou suas atividades no Brasil no final de 2024, mas agora enfrenta novas barreiras regulatórias, colocando em risco a continuidade do projeto no país.