- Robinhood iniciou na Europa sua oferta de ações tokenizadas, cobrindo quase 800 ativos.
- A fase final permitirá sacar os tokens e usá-los livremente em qualquer app DeFi.
- A empresa trabalha em negociação 24/7 e usa o Arbitrum Stylus para unir TradFi e blockchain.
A Robinhood iniciou um projeto de longo prazo para levar ações do mercado tradicional ao universo permissionless, começando por sua oferta de ações tokenizadas na Europa.
A iniciativa marca o início de uma estratégia em três fases que promete mudar como investidores interagem com ativos do mercado financeiro.
Primeira fase abre portas para ações tokenizadas na Europa
A jornada começou com o lançamento de quase 800 ações tokenizadas no aplicativo da Robinhood na União Europeia. Além disso, a empresa incluiu ativos de renda variável e prepara a entrada de private equity. Hoje, entretanto, esses tokens permanecem presos ao ecossistema da corretora, sem possibilidade de transferência para carteiras externas.
Segundo A.J. Warner, diretor de estratégia da Offchain Labs, essa é apenas a etapa inicial. Ele afirmou que “o objetivo final é tornar esses ativos permissionless, permitindo total interação com aplicações descentralizadas”.
A Offchain Labs é a desenvolvedora do Arbitrum, solução de segunda camada usada como infraestrutura para o programa de tokenização da Robinhood.
Infraestrutura e compatibilidade serão os motores das próximas etapas
A fase 2 foca em infraestrutura. A Robinhood deve usar a Bitstamp — comprada por US$ 200 milhões — para habilitar negociação 24 horas por dia, todos os dias. Esse movimento replica a dinâmica dos mercados cripto e rompe com as janelas tradicionais de negociação.
Entretanto, o desafio técnico é significativo. Sistemas de mercado, como mecanismos de matching e livros de ofertas, rodam em linguagens como C++ e Rust, que não funcionam nativamente no Ethereum.
Por isso, a Offchain Labs desenvolveu o Arbitrum Stylus, que permite criar contratos inteligentes nessas linguagens sem perder compatibilidade com a EVM. Assim, a Robinhood pode integrar seus sistemas sem reescrever tudo do zero — algo caro, lento e arriscado.
Tokenização permissionless pode redefinir o acesso a ações no mundo
A fase 3 trará a mudança mais profunda. A Robinhood quer permitir que qualquer investidor compre ações tokenizadas, retire para sua própria carteira e use os ativos como blocos programáveis em aplicações DeFi.
Isso pode permitir, por exemplo:
- usar ações tokenizadas como colateral em protocolos como Aave;
- integrar equities em estratégias automatizadas;
- criar produtos financeiros globais sem intermediários.
Essa abertura reduziria a dependência de corretoras e clearinghouses, aproximando ações da lógica aberta e global das criptomoedas.
Warner destacou que o plano é de longo prazo. Entretanto, quando concluído, pode criar o maior ponto de convergência entre TradFi e DeFi já visto.
Rumo ao ecossistema permissionless
O avanço da Robinhood marca um novo ciclo de integração entre TradFi e blockchain.
A tokenização ganha escala com o Arbitrum e abre espaço para maior inovação. Se a fase permissionless se confirmar, ações poderão circular livremente na economia digital, com soberania e uso global contínuo.

