- Receita anual do Ethereum caiu 76%, para cerca de US$ 604 milhões.
- Solana superou o Ethereum em usuários, com 98 milhões mensais e 34 bilhões de transações em 2025.
- Fundação Ethereum acelera mudanças e aposta no Beam Chain, com finalização em um único slot.
O Ethereum vive um momento decisivo, apesar de sua liderança histórica no mercado cripto.
Insiders alertam que a falta de urgência pode tornar a rede irrelevante até 2030, mesmo com TVL elevado.
Métricas antigas escondem mudanças profundas
O Ethereum segue como a maior base de contratos inteligentes e concentra o maior ecossistema de desenvolvedores e capital travado. No entanto, sinais de alerta começam a surgir.
Segundo a Nansen, a receita anualizada da rede caiu 76% em um ano, para US$ 604 milhões, após as atualizações Dencun e Fusaka, que reduziram drasticamente as taxas pagas pelas redes de segunda camada.

Enquanto isso, outras blockchains avançam, a Solana gerou US$ 657 milhões no mesmo período, e a TRON atingiu US$ 601 milhões, impulsionada pelas stablecoins. A defesa do Ethereum baseada apenas em TVL começa a perder força, já que o capital está parado e a atividade migra para outras redes.
Alex Svanevik, CEO da Nansen, alerta:
“Ethereum precisa ser paranoico com dados desfavoráveis, mesmo com TVL elevado.”
Solana ganha em volume, Ethereum defende a densidade econômica
Em 2025, a Solana registrou 98 milhões de usuários ativos mensais e 34 bilhões de transações, superando o Ethereum em volume de atividade. Porém, a maior parte das transações da Solana envolve arbitragem e mensagens de consenso, o que gera grande volume, mas menor valor econômico.
A divisão do mercado é clara: enquanto a Solana se posiciona como uma “NASDAQ” de execução rápida, o Ethereum continua como uma infraestrutura de liquidação final, com maior densidade econômica por transação.
Kyle Samani, da Multicoin Capital, observa:
“Nunca existiu urgência em escalar.”
Fragmentação dos L2s enfraquece o elo econômico
As soluções de segunda camada reduziram custos, mas fragmentaram o ecossistema. Liquidez e usuários se dispersam entre rollups, e as L2s pagam menos taxas ao Ethereum base. Com isso, o vínculo entre o uso da rede e a valorização do ETH enfraqueceu, tornando a rede menos lucrativa.
Em 2025, a Fundação Ethereum deu uma guinada. O foco em “ossificação” foi substituído por uma abordagem mais acelerada. A introdução do Beam Chain, que propõe blocos com 4 segundos e finalização imediata, busca enfrentar a concorrência.
Futuro do Ethereum em risco?
Ethereum ainda tem uma tese sólida, mas precisa de execução rápida e coordenação entre camadas.
Se o Beam Chain avançar e a fragmentação diminuir, a rede pode manter sua relevância global. Caso contrário, pode se tornar apenas uma infraestrutura secundária até 2030.

