- Horizen conclui a migração para Layer 3 na Base e relança o token ZEN.
- Projeto quer tornar a privacidade “regulatório-compatível” e acessível para qualquer app da Base.
- Programa de 100 milhões de ZEN vai financiar aplicações de privacidade nos próximos cinco anos.
A Horizen completou sua transição histórica de blockchain própria para uma Layer 3 dentro da Base.
O projeto, criado em 2017, relança seu ecossistema com foco em privacidade compatível com regras globais e, além disso, busca uma nova fase de expansão.
Um projeto veterano que busca relevância na Base
A mudança representa o maior movimento de governança da história da Horizen. A DAO decidiu aposentar o antigo blockchain e a sidechain EON, e, por isso, o projeto se reconstrói como uma camada de execução acima da Base. Além disso, essa virada estratégica reforça a tentativa de recuperar tração após anos de desafios.
Segundo Rob Viglione, CEO da Horizen Labs, o processo devolveu energia à comunidade.
“Existe valor em seguir em frente com consistência. Somos um projeto OG adaptando seu DNA para algo moderno”, afirmou.
O time relançou o token ZEN no verão e preparou a nova infraestrutura ao longo de meses. Por isso, a rede agora mira desenvolvedores que precisam de privacidade com conformidade. A Horizen Labs também planeja um programa de 100 milhões de ZEN para financiar apps de finanças confidenciais, SocialFi e até GambleFi, ampliando o alcance do ecossistema.
Além do aspecto técnico, a escolha da Base também foi estratégica. A DAO enxergou alinhamento com a visão de Brian Armstrong e Jesse Pollak sobre o futuro da privacidade, o que reforçou a decisão de migrar.
Privacidade com “divulgação seletiva” e integração regulatória
A Horizen agora adota o modelo de selective disclosure, que permite privacidade opt-in sem eliminar mecanismos de auditoria. Entretanto, a proposta mantém compatibilidade com exigências regulatórias.
Viglione defendeu a estratégia:
“O mercado de privacidade compatível com regulação é trilionário. Governos não permitirão fluxos financeiros totalmente irrestritos”.
Embora o projeto tenha retirado transações blindadas em 2023 após forte pressão regulatória, ele afirma que a nova fase não abandona a inovação.
No próximo trimestre, lançará o Confidential Compute Environment, baseado em TEEs. Assim, a rede pretende ampliar seu leque de funcionalidades.
O recurso permitirá desde pagamentos privados até módulos específicos por jurisdição. Portanto, desenvolvedores poderão revelar ou ocultar dados conforme as regras locais, algo que pode atrair novas aplicações corporativas e financeiras.
Impactos e ambições da nova fase
A Horizen quer se tornar o “hub de privacidade” para o ecossistema Base. Dessa forma, qualquer app poderia ativar um botão de privacidade e rotear suas transações pela Layer 3.
Além disso, a equipe, com cerca de 70 colaboradores, agora foca apenas na camada de execução e no middleware, delegando ferramentas básicas a parceiros do setor.
A migração também reduz a dependência de capital de risco. Com apenas US$ 11 milhões captados em quase dez anos e ampla distribuição via mineração, o projeto segue menos exposto à influência de grandes fundos. Isso, portanto, reforça sua narrativa de descentralização.
Impacto para o ecossistema Ethereum
A transformação da Horizen em uma Layer 3 da Base marca uma rara vitória de governança e reposiciona um projeto veterano em um mercado que volta a valorizar a privacidade.
Além disso, com novos recursos, forte alinhamento estratégico e um programa robusto de financiamento, a rede tenta assumir o protagonismo em soluções de privacidade regulatória no ecossistema Ethereum.


