A BloXroute Labs, uma empresa de infraestrutura blockchain que fornece ferramentas DeFi, anunciou uma mudança em sua política, decidindo começar a censurar blocos sancionados pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos Estados Unidos (OFAC) em todos os seus relays de valor máximo extraível (MEV).
announcement:
bloXroute MEV Relays to reject blocks w/ OFAC tx
effective immediately, all bloXroute relays will reject block bids if they contain OFAC transactions (Tx which interact with addresses appearing on the OFAC SDN list)
We remain committed to supporting ETH… pic.twitter.com/9kEdAy82yf
— bloXroute Labs (@bloXrouteLabs) December 18, 2023
A empresa, que já produziu pelo menos 400.000 blocos Ethereum de seus dois principais relays MEV, fez o anúncio de sua mudança de política em 18 de dezembro, observando que ‘com efeito imediato, todos os relays da bloXroute rejeitarão lances de blocos se eles contiverem transações da OFAC’.
Uma ‘transação da OFAC’, conforme descrito pela BloXroute Labs, é qualquer uma que interaja com uma carteira sancionada pela OFAC.
Impacto no Ethereum e reações da comunidade
Apesar das notícias, a BloXroute Labs afirma que ainda está comprometida em manter o Ethereum descentralizado e sem permissões, operando dentro dos limites da lei.
No entanto, alguns membros da comunidade Ethereum afirmam que medidas de conformidade mais rigorosas estão limitando os caminhos para a neutralidade crível no Ethereum. O desenvolvedor líder do explorador de blockchain da Blockchair Nikita Zhavoronkov escreveu que vê o anúncio da bloXroute como outro sinal de uma tendência maior.
While bloXroute is neither a miner nor a validator, this is the first case of someone rejecting whole blocks containing sanctioned addresses. Previous cases were all about not including transactions into block templates. I'll explain why this can evolve into 51% attacks 👇
Some… https://t.co/lHgaTWuwyo
— Nikita Zhavoronkov (@nikzh) December 19, 2023
‘Embora a bloXroute não seja um minerador nem um validador, este é o primeiro caso de alguém rejeitando blocos inteiros contendo endereços sancionados. Os casos anteriores tratavam de não incluir transações em modelos de bloco’, afirmou Zhavoronkov.
Desafios regulatórios e futuro da censura na blockchain
Dado que o Ethereum é uma infraestrutura global, Lachlan Feeney, CEO da Labrys, expressou preocupação de que mais países imporão suas próprias sanções, o que poderia tornar impossível construir um bloco que esteja em conformidade com todos os regimes regulatórios ao redor do mundo.
‘O que acontece quando a China ou a Rússia querem transações sancionadas? Essas sanções devem ser aplicadas também, mesmo que estejam sancionando negócios legítimos dos EUA?’ questionou.
Cerca de 36% dos blocos são atualmente censurados devido a esses blocos conterem transações sancionadas pela OFAC, de acordo com o MEVWatch.info, abaixo do pico de 78% em 20 de novembro. Isso tem se mantido principalmente em torno de 30-40% desde março.