- Pi Network enfrenta forte pressão após queda superior a 90% em 2025.
- Comunidade aguarda utilidade prática, contratos inteligentes e clareza sobre tokenomics.
- Desbloqueios de tokens e falta de confiança podem levar o PI a novas mínimas.
A Pi Network inicia 2026 sob forte pressão. Sua ampla comunidade tenta encontrar utilidade prática para um ecossistema que perdeu mais de 90% do valor desde o lançamento da rede principal. A queda começou após fevereiro de 2025, quando o token PI chegou a US$ 3,00. No entanto, não conseguiu sustentar o impulso criado pela listagem em grandes corretoras e pela migração de milhões de usuários para a mainnet. Apesar desse cenário adverso, a expectativa para o próximo ano envolve a chegada de contratos inteligentes e novas integrações. Isso pode redefinir o futuro do projeto.
A rede registrou cerca de 15,7 milhões de usuários com KYC migrados para a mainnet. Isso resultou no depósito de 437 milhões de tokens PI em corretoras centralizadas. Esse movimento ampliou a pressão vendedora. Muitos usuários aguardavam a liberação da transferência de tokens desde o início do projeto. Por isso, a oferta disponível em CEXs passou a influenciar diretamente o preço, que rapidamente perdeu força ao longo de 2025.
A queda também refletiu a dificuldade do projeto em converter interesse inicial em utilidade real. Embora a Pi Network tenha anunciado parcerias no setor de jogos, integrações com IA para melhorar o processo de verificação KYC, e avanços estruturais, como a futura atualização para a versão 23 do protocolo Stellar. O mercado seguiu cético. Em março, no tradicional Dia do Pi, o token enfrentou nova pressão. Assim, acumulou queda superior a 66% naquele mês.

Pi Network
As aparições públicas dos cofundadores reforçaram a volatilidade. Quando Nicolas Kokkalis participou do evento Consensus 2025, o PI recuou 42% durante os três dias do encontro. Já em setembro, a visita de Kokkalis e Chengdiao Fan a um evento da comunidade em Seul coincidiu com nova queda de 19%, sinalizando que cada aparição gerava mais dúvidas do que entusiasmo.
Mesmo assim, a equipe anunciou iniciativas de peso. Foram apresentados um fundo de US$ 100 milhões para impulsionar startups do ecossistema, e uma parceria com a CiDi Games para usar PI como moeda em jogos. Além disso, o primeiro hackathon da Open Network recebeu 215 aplicativos. A rede também começou a testar ferramentas de criação de tokens, uma DEX e um AMM, passos importantes para um ecossistema completo.
Entretanto, os riscos continuam altos. A Pi Network enfrenta o desbloqueio de 1,21 bilhão de tokens em 2026. Isso pode aumentar a pressão vendedora. A oferta concentrada em carteiras da Fundação e a presença de uma carteira desconhecida com mais de 391 milhões de PI levantam preocupações sobre manipulação de mercado. Críticas públicas, como as feitas pelo fundador da Bybit, também impactam o sentimento dos investidores.
No campo técnico, o token testa suporte próximo de US$ 0,20. Há alvos de baixa em US$ 0,19, US$ 0,15, e até US$ 0,10, caso a confiança continue frágil. Por outro lado, analistas veem possível reversão caso a rede entregue contratos inteligentes, amplie casos de uso e conquiste mais liquidez. Projeções indicam cenários que variam entre US$ 0,35 e mais de US$ 2,00, dependendo da execução em 2026.

