- Compra de US$ 10 milhões em AAVE ocorreu antes de votação sensível da DAO.
- Top 3 carteiras concentram mais de 58% do poder de voto.
- Críticas reacendem debate sobre governança e concentração de poder no DeFi.
O fundador da Aave, Stani Kulechov, passou a ser alvo de críticas após adquirir US$ 10 milhões em tokens AAVE às vésperas de uma votação relevante da DAO, levantando suspeitas sobre influência indevida na governança.
Compra de tokens levanta suspeitas na governança da Aave
A polêmica começou após o estrategista DeFi Robert Mullins afirmar, em publicação no X, que a compra teria como objetivo ampliar o poder de voto de Kulechov.
Segundo Mullins, o movimento anteciparia apoio a uma proposta considerada contrária aos interesses dos detentores do token.
“Este é um exemplo claro de tokens falhando em desincentivar ataques de governança”, escreveu.
Além disso, o investidor conhecido como Sisyphus questionou a lógica econômica da operação, ele apontou que Kulechov pode ter vendido milhões de dólares em AAVE entre 2021 e 2025, o que aumentou a desconfiança do mercado.
Por isso, o episódio reacendeu críticas sobre o modelo de governança baseado em tokens, comum em protocolos DeFi.
Votação sobre ativos da marca amplia reação negativa
A controvérsia ocorre durante uma votação sobre a retomada do controle da marca Aave pela DAO, a proposta envolve domínios, redes sociais e propriedade intelectual, via estrutura legal controlada pela comunidade.
Entretanto, diversos membros afirmaram que a proposta foi levada ao Snapshot de forma prematura. O ex-CTO da Aave Labs, Ernesto Boado, disse que a votação avançou sem seu consentimento, afetando a confiança interna.
Paralelamente, dados do Snapshot mostram forte concentração de poder de voto, as três maiores carteiras somam mais de 58% dos votos. A principal delas detém 27,06%, cerca de 333 mil AAVE.
O analista Samuel McCulloch, da USD.ai, classificou o processo como “silly”, destacando que poucos endereços definem decisões críticas.
Dilema da governança no DeFi
A situação expõe um dilema recorrente no DeFi. Embora descentralizadas na teoria, muitas DAOs ainda enfrentam riscos de centralização prática.
Portanto, o caso da Aave pode acelerar debates sobre ajustes estruturais na governança on-chain.



