Marcas de luxo estão associando tecnologias criadas inicialmente para a web2 com o potencial disruptivo da Web3 e assim criando uma nova interação que vem preparando as marcas, e a sociedade, para um futuro não tão distante vinculando experiências digitais com físicas.
Um exemplo é o alinhamento entre a tecnologia de tag inteligente – RFID (identificação por radiofrequência), NFC (comunicação de campo próximo) e web3 vem sendo usada por grandes marcas como Walmart.
“Isso é apenas o começo”, diz Ricardo Lobo, CEO da Beontag, empresa brasileira de soluções de tags inteligentes com blockchain, a empresa acabou de levantar um investimento milionário com o Deutsche Bank. Além dos benefícios logísticos e de economia de custos que vêm de saber exatamente onde seu estoque está em tempo real, ele cita o checkout rápido e sem atrito implementado por lojas como Uniqlo e Decathlon.
“A tecnologia também permite que empresas com redes de lojas físicas concorram com jogadores puramente e-commerce, já que as lojas se tornam centros de distribuição adicionais, como foi evidenciado pela Zara durante a pandemia”, diz ele.
Os telefones celulares equipados com leitores NFC abriram possibilidades para aplicações B2C, especialmente no setor de luxo, acrescenta ele. “Antes, você podia taguear com NFC, mas os consumidores não tinham um leitor. Agora, qualquer pessoa pode acessar as informações via seus celulares”.
Isso tem implicações interessantes para a indústria de luxo. “No mundo do luxo, as marcas não se preocupam com checkouts”, diz ele. “Para elas, é sobre engajamento e criação de experiências únicas”.
As tags inteligentes criadas pela divisão de tecnologia IoT da Beontag, a Temera, já foram implementadas por marcas de luxo, incluindo Alexander McQueen, Dolce & Gabbana e Bulgari, permitindo que os clientes acessem serviços e experiências pós-venda via seus smartphones, tanto na web2 quanto na web3.
“As marcas estão experimentando”, diz ele, citando a linha MCQ da Alexander McQueen, onde as tags permitem que os consumidores acessem certificados digitais on-chain detalhando o ciclo de vida do produto e a habilidade de transferir a propriedade para fins de revenda, e Dolce & Gabbana, onde elas permitem que os compradores acessem uma boutique virtual web3 oferecendo serviços exclusivos reservados a clientes.