O vice-presidente de supervisão do Federal Reserve (Fed), Michael Barr, anunciou sua renúncia ao cargo, em meio à expectativa de mudanças regulatórias com o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
Barr, que também ocupa uma posição no Conselho de Governadores do Fed, permanecerá no posto até o final de fevereiro. Mas ele pode sair antes caso haja a nomeação de um sucessor, conforme anúncio oficial.
Barr assumiu o cargo de vice-presidente de supervisão em julho de 2022, em um contexto de maior escrutínio sobre o setor bancário e os criptoativos. Durante sua gestão, ele se destacou como uma figura controversa, defendendo a regulação mais rígida de emissores de criptoativos. Além disso, buscou limitar o envolvimento direto de bancos com criptomoedas.
Barr chegou a declarar que seria “inseguro e insustentável” para os bancos manterem criptoativos diretamente em seus balanços patrimoniais.
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Mudança no Banco Central dos EUA
Essa postura gerou críticas de líderes do setor de criptomoedas, que alegam que as políticas defendidas por Barr restringiram a inovação e prejudicaram o crescimento das empresas norte-americanas no setor.
Documentos obtidos pela Coinbase junto à Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) revelaram supostos esforços coordenados para limitar atividades bancárias relacionadas a criptoativos, como transações de Bitcoin, serviços de custódia e pagamentos digitais.
Em novembro de 2024, Barr foi duramente questionado por membros do Congresso, incluindo o deputado Zach Nunn, de Iowa, que acusou as autoridades reguladoras de “engajarem-se em uma cruzada anti-cripto”, tornando os Estados Unidos menos competitivos na economia digital.
Cynthia Lummis, senadora de Wyoming e defensora dos criptoativos, também reagiu à renúncia. Ela acusa Barr de “aumentar ilegalmente seu poder às custas da indústria de ativos digitais” e prejudicar o crescimento do setor no estado.
A saída de Barr ocorre após a renúncia de Gary Gensler, presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), em novembro de 2024. Gensler deixou o cargo antes da posse de Trump, que havia prometido destituí-lo no primeiro dia de governo. Ambos os casos destacam o impacto da mudança política na abordagem regulatória para criptoativos.