- Bitcoin está US$ 68 mil abaixo do valor ideal, diz JPMorgan
- Juros incertos e saídas de ETFs pressionam o preço do BTC
- Analistas veem oportunidade de compra com o ativo subvalorizado
O JPMorgan afirmou que o Bitcoin está sendo negociado bem abaixo do valor ideal em relação ao ouro, após a forte queda registrada nas últimas semanas. Segundo o banco, o ativo digital, antes visto como supervalorizado, agora mostra sinais de estar em posição atrativa.
Os analistas destacaram que a diferença entre o preço do Bitcoin e o do ouro atingiu um nível historicamente baixo. Isso reforça a percepção de que o mercado pode estar subestimando o potencial de recuperação da principal criptomoeda.
A queda do Bitcoin e o impacto macroeconômico
O BTC caiu abaixo de US$ 102.000 na abertura de Wall Street, acompanhando a baixa das ações americanas. O movimento refletiu as preocupações com aumento da dívida das famílias e cortes de empregos nos Estados Unidos.

Um relatório da Challenger, Gray & Christmas revelou mais de 153 mil demissões em outubro o maior número para o mês desde 2003.
O diretor de receita da empresa, Andy Challenger, disse que o ritmo de cortes “foi muito acima da média histórica”. O cenário reacendeu o debate sobre a política monetária do Federal Reserve, que enfrenta o dilema entre conter a inflação e evitar uma recessão mais profunda.

Enquanto isso, o site The Kobeissi Letter avaliou que a economia pode precisar de novos cortes nas taxas de juros para sustentar o crescimento. Além disso, o Fed, por sua vez, afirmou que “uma nova era da política monetária” começou, reconhecendo o afrouxamento das condições financeiras.
A incerteza do Fed e o efeito sobre o mercado cripto
A empresa QCP Capital alertou que o mercado não deve contar com um corte de juros garantido na próxima reunião do Fed em dezembro. Segundo a empresa, há 60% a 65% de chance de uma nova redução, mas a decisão depende do ritmo de recuperação da economia americana.

Dados do CME Group mostram que os investidores apostam em 69% de probabilidade para um corte de 0,25% ainda neste ano. Mesmo assim, a QCP ponderou que as condições de crédito seguem restritas e o dólar permanece forte, o que pressiona os ativos de risco, como o Bitcoin.
Outro fator negativo é o fluxo de saída dos ETFs de Bitcoin à vista, que somaram quase US$ 900 milhões apenas nos três primeiros dias da semana. Além disso, a QCP considera que a recuperação do BTC depende do retorno das compras institucionais, especialmente se o ativo mantiver o suporte psicológico em US$ 100.000.

JPMorgan vê potencial de valorização
Em meio à pressão do mercado, JPMorgan trouxe um sinal otimista. O banco afirmou que o Bitcoin está US$ 68.000 abaixo do valor justo em comparação com o ouro.
De acordo com o analista chefe Nikolaos Panigirtzoglou, o BTC, que chegou a valer US$ 36.000 acima do ouro no final de 2024, agora representa uma oportunidade de compra para investidores de longo prazo.
O relatório reforçou a visão de que, mesmo em meio à volatilidade, o Bitcoin continua sendo um ativo alternativo sólido diante das incertezas globais. Porém, se o cenário macro se estabilizar e os fluxos institucionais voltarem, o mercado pode assistir a uma recuperação expressiva nas próximas semanas.

