Começou a ser negociado hoje, na B3, o contrato futuro de Bitcoin (BIT). O horário de negociação será das 9h às 18h30. O produto é mais uma oportunidade para o investidor incluir em sua carteira exposição a criptomoedas, além de executar estratégias de proteção contra a variação de preços.
O futuro utilizará o índice Nasdaq Bitcoin Reference PriceTM Index* (NQBTCTM) como referência. O valor de um contrato será o equivalente a 0,1 bitcoin, ou seja, 10% do valor da criptomoeda em Reais, e o vencimento dos contratos será mensal. Nesse tipo de contrato, a liquidação será exclusivamente financeira, ou seja, não há compra e venda de criptomoedas. Os resultados financeiros das negociações ocorrem sobre a variação de preço do Bitcoin.
O contrato contará, desde o lançamento, com formadores de mercado, agentes que negociam o produto e ajudam a trazer liquidez e confiabilidade para a formação de preços.
A B3 já possui 14 ETFs e BDRs de ETFs relacionados ao mercado de criptomoedas disponíveis para negociação dos investidores.
“Produtos ligados a criptomoedas vem sendo procurados pelos investidores. Estamos comprometidos em atender essa demanda do mercado e expandir nossa oferta de produtos, que permite diversificação de estratégias para todos os clientes, incluindo pessoas físicas”, afirma Marcos Skistymas, diretor de Produtos Listados da B3.
Como negociar o futuro de bitcoin?
No mercado futuro, o investidor se compromete a comprar ou vender um determinado tipo de ativo em uma data futura com um preço pré-determinado, de acordo com seu perfil de risco e estratégia.
Para negociar o futuro de bitcoin, os investidores de varejo precisarão depositar na corretora uma margem mínima de R$ 100 por contrato.
Os investidores que mantiverem posições nos contratos, ou seja, que não zerarem suas posições até o final do pregão, deverão depositar o equivalente a 50% do valor do contrato. O depósito da margem de garantia é um mecanismo usado para assegurar que ambas as pontas da operação cumpram com a obrigação financeira.
Outra característica do mercado futuro é o pagamento de ajustes diários, de acordo com a oscilação do preço do contrato durante o pregão. Isso significa que os contratos vão sofrer, todos os dias, ajustes em seu valor até o dia do seu vencimento.
O vencimento de contrato ocorre sempre na última sexta-feira do mês, o que permite que o investidor possa montar estratégias com prazos diferentes sobre o mesmo ativo.
A B3 no mercado de cripto
Com a evolução do mercado cripto no mundo, cresceu também a demanda por instrumentos regulados no Brasil. Por isso, desde abril de 2021, a B3 passou a oferecer produtos ligados a ativos digitais. Hoje, já são 13 ETFs de criptoativos (HASH11, QBTC11, BITH11, BITI11, QETH11, ETHE11, QDFI11, DEFI11, WEB311, NFTS11, CRPT11, META11, BLOK11) e um BDR de ETF (IBIT39), que buscam acompanhar o preço do Bitcoin. Em março, o volume negociado nestes produtos, somado, foi de R$ 98 milhões por dia. Juntos, eles acumulam patrimônio líquido de R$ 4,8 bilhões e 183 mil investidores.
Além disso, a B3 também aceita o registro de operações de derivativos de balcão e Certificados de Operações Estruturadas (COEs) referenciados em ativos com a temática cripto.
O mercado futuro é uma ferramenta para que os investidores se protegerem contra futuras oscilações de preço de um ativo: uma moeda, uma ação, um índice, uma commodity agrícola ou a taxa de juros, por exemplo. Os contratos futuros são negociados em ambiente de bolsa com o preço que os investidores acreditam que esses ativos valerão no futuro, tendo a B3 como contraparte central.
Eles podem ser utilizados como instrumentos de hedge, protegendo os negócios do impacto da flutuação dos preços, ou em estratégias buscando lucro, por meio do giro e especulação de curto prazo. Além disso, esse tipo de derivativo é uma oportunidade de acompanhar de perto a variação de preços do ativo em questão sem precisar fazer um grande aporte financeiro.
A operação em mercado regulado garante aos investidores mecanismos de proteção já estabelecidos para cada produto, como medidas de interrupção de negociação em caso de oscilações muito bruscas.