A Coordenação-Geral de Procedimentos Especiais da Corregedoria do Ministério da Economia realizou um webinário intitulado “Lavagem de dinheiro via criptoativos”, ontem (3). A live foi dividida em seis temas e trouxe nomes de destaque de diversos órgãos federais, como Banco do Brasil e Coaf.
O webinário começou às 9h desta quarta-feira e seguiu até às 17h50. Durante a primeira palestra, comandada pelo procurador da República Marcelo Ribeiro de Oliveira, foi abordado o tema “Controvérsias Legais Relacionadas à Prova”.
Ribeiro de Oliveira, ao defender a cooperação internacional na investigação de crimes de lavagem de dinheiro com criptoavitos, afirmou que “é difícil provar evasão de capitais com criptomoedas”. “É difícil falar em evasão porque se tem uma coisa pouco transfronteiriça. Muito difícil se dizer que o crime cibernético ocorre no Brasil e há uma evasão de capitais”, completou.
Na terceira palestra do dia, Vinicius Santana, gerente de prevenção e combate à lavagem de dinheiro do Banco do Brasil, afirmou ter observado uma tendência do Bitcoin substituindo o papel do doleiro no envio de capital ilícito para o exterior. “A gente percebeu que houve em muitos casos uma migração para mandar dinheiro para o exterior por meio de Bitcoin e outras criptomoedas”, afirmou o gerente.
Contudo, não só de casos negativos vive o setor no Brasil. De acordo com a Coordenadora Geral de Inteligência Financeira do Coaf, Rochelle Pasiani, as exchanges estão cada vez mais se adequando às regras do órgão. De fato, como ela aponta, oito corretoras de criptomoedas já fazem voluntariamente comunicações ao conselho sobre operações de seus clientes que podem esconder algum ilícito.