O preço do Bitcoin caiu abaixo do suporte de US$ 100 mil nesta segunda-feira (27), após atingir um novo recorde histórico de US$ 109.588 na semana anterior. A recente desvalorização da criptomoeda desencadeou uma onda de liquidações no mercado, somando US$ 860,55 milhões nas últimas 24 horas, segundo dados da plataforma CoinGlass.
O analista Manish Chhetri observa que os indicadores técnicos apontam para uma possível nova correção. “A tendência está se tornando cada vez mais baixista, e o Bitcoin pode testar a região dos US$ 90 mil caso a pressão vendedora continue a se intensificar”, explica.
A métrica Network Realized Profit/Loss (NPL), fornecida pela Santiment, registrou um aumento significativo, indo de 1,55 bilhão no dia 21 de janeiro para 4,82 bilhões em 23 de janeiro, coincidindo com as máximas históricas da criptomoeda. Segundo Chhetri, “esses picos indicam que muitos investidores estão realizando lucro, o que naturalmente aumenta a pressão vendedora e pode levar a novas quedas no preço”.
Outro indicador relevante é a relação long-to-short do Bitcoin, também monitorada pela CoinGlass, que atingiu 0,89, o menor nível em mais de um mês. “Uma relação abaixo de um reflete um mercado mais pessimista, onde há mais traders apostando na queda do ativo”, detalha o analista.
A decisão do Federal Reserve (Fed) sobre a taxa de juros dos Estados Unidos, prevista para esta quarta-feira (29), também pode impactar o comportamento do Bitcoin. A economista Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank, ressalta que o banco central americano deve manter a taxa inalterada, apesar das pressões políticas. “O Fed está ciente dos riscos inflacionários e provavelmente manterá sua posição cautelosa”, diz.
Segundo Chhetri, um Fed mais conservador pode reduzir o apetite por ativos de risco, como criptomoedas. “Se os juros continuarem elevados, os investidores tendem a buscar segurança em ativos tradicionais, diminuindo o interesse pelo Bitcoin”, explica.
Perspectivas para o preço do Bitcoin
O Bitcoin falhou em sustentar o movimento de alta após atingir o recorde de US$ 109.588 no dia 20 de janeiro. Desde o sábado (25), o ativo vem apresentando queda gradual, recuando 2,22% no domingo e permanecendo abaixo dos US$ 100 mil nesta segunda-feira.
Os indicadores técnicos reforçam o cenário de baixa. O índice de Força Relativa (RSI) caiu para 47, abaixo do nível neutro de 50, sugerindo maior pressão vendedora. “Se o Bitcoin fechar abaixo de US$ 100 mil de forma consistente, poderemos ver a criptomoeda testar suportes na faixa de US$ 90 mil”, alerta Chhetri.
O analista também destaca o indicador MACD, que está prestes a cruzar para uma tendência de baixa. “Se esse cruzamento ocorrer, o mercado pode interpretar como um sinal de venda, pressionando ainda mais o ativo”, afirma.
No entanto, se o suporte em US$ 100 mil for mantido, o Bitcoin pode buscar nova recuperação e testar novamente a máxima de US$ 109.588. “Para que isso aconteça, é essencial que o volume de compras aumente e que o mercado recupere a confiança”, conclui Chhetri.